O QUE É DEMÊNCIA?
São vários
os fatores que podem desencadear esse problema, mas alguns casos são
reversíveis
Alterações de comportamento, depressão, confusão mental e perda da capacidade de executar tarefas rotineiras.
Às vezes tidos como inerentes à velhice, esses sinais jamais devem ser
negligenciados, pois podem ser as primeiras manifestações de demência, distúrbio caracterizado pela perda
progressiva das capacidades cognitivas.
Vários fatores podem desencadear a demência. O mais conhecido – e temido
– é o Alzheimer, que responde por mais de 50% dos casos. Associada à
deterioração progressiva da memória, a doença evolui para outros prejuízos
cognitivos, alterações de comportamento e incapacidades. Trata-se de um
problema irreversível, tratado com medicamentos que permitem apenas desacelerar
o processo.
Medicamentos:
Não há drogas
específicas para o tratamento das demências vasculares. Todavia, em vários
casos, é comum o emprego das mesmas medicações usadas para o Alzheimer, que
melhoram a disponibilidade do neurotransmissor acetilcolina no cérebro. Apesar
de terem mecanismos etiológicos diferentes, a demência vascular e o Alzheimer
apresentam déficits desse neurotransmissor, que funciona como peça fundamental
na comunicação entre os neurônios.
Nos estágios mais
avançados, tanto as demências vasculares como o Alzheimer apresentam sintomas
semelhantes. Mas a evolução é diferenciada. “O Alzheimer tem uma evolução lenta
e progressiva. Já a demência vascular tem patamares de estabilizações e de
pioras decorrentes das obstruções dos vasos”, explica o Dr. Ivan Hideyo Okamoto,
neurologista e coordenador do Núcleo de Excelência em Memória do Einstein. “No
Alzheimer é como se você estivesse descendo uma rampa. Na demência vascular é
uma escada. O indivíduo pode ficar estacionado num degrau muito tempo e, de
repente, pode descer muito rápido”, compara a Dra. Maysa Seabra Cendoroglo,
geriatra do Einstein.
Ela lembra que
também é alta a incidência de demências mistas, frutos da ação conjunta do
Alzheimer e dos problemas vasculares, o que potencializa os efeitos negativos.
“Seria como se o paciente descesse progressivamente uma rampa intercalada por
degraus abruptos”.
OUTRAS DEMÊNCIAS:
Dentre as muitas
outras causas de sintomas de demência, há algumas reversíveis, como as
relacionadas com hipotireoidismo, infecções por sífilis, hidrocefalia de
pressão compensada (há aumento da pressão intracraniana) e deficiência de
vitamina B12, entre outras. Quanto mais precoce for o tratamento do problema,
maiores são as chances de desaparecimento dos sintomas.
Infelizmente, ainda
é longa a lista dos quadros demenciais com suas próprias etiologias (muitas
delas desconhecidas) e formas de manifestação. A demência de Lewy, por exemplo,
de grande incidência nos países desenvolvidos, é caracterizada por um declínio
clínico acelerado e pela associação com parkinsonismo precoce, entre outros
fatores. Já na demência de Pick (ou doença de Pick) e nas demências
frontotemporais, alterações de comportamento e de personalidade são sintomas
marcantes.
“As demências
frontotemporais são mais comuns em pessoas mais jovens. Em pacientes com menos
de 60 anos, ela se torna a segunda causa depois do Alzheimer. Ou seja, afeta
indivíduos que ainda têm uma vida profissional e social bastante ativa”, afirma
o Dr. Ivan. “Com a doença, começam aparecer alterações de comportamento, como
agressividade, apatia, depressão, desinibição... De repente, a pessoa pode
tirar a roupa em um local público ou simplesmente ficar horas sentada na frente
da televisão mesmo ela estando desligada”, exemplifica o neurologista.
Drajosiane Odila
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