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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

o que é demência?

O QUE É DEMÊNCIA?
São vários os fatores que podem desencadear esse problema, mas alguns casos são reversíveis
Alterações de comportamento, depressão, confusão mental e perda da capacidade de executar tarefas rotineiras. Às vezes tidos como inerentes à velhice, esses sinais jamais devem ser negligenciados, pois podem ser as primeiras manifestações de demência, distúrbio caracterizado pela perda progressiva das capacidades cognitivas.
Vários fatores podem desencadear a demência. O mais conhecido – e temido – é o Alzheimer, que responde por mais de 50% dos casos. Associada à deterioração progressiva da memória, a doença evolui para outros prejuízos cognitivos, alterações de comportamento e incapacidades. Trata-se de um problema irreversível, tratado com medicamentos que permitem apenas desacelerar o processo.
Medicamentos​:
Não há drogas específicas para o tratamento das demências vasculares. Todavia, em vários casos, é comum o emprego das mesmas medicações usadas para o Alzheimer, que melhoram a disponibilidade do neurotransmissor acetilcolina no cérebro. Apesar de terem mecanismos etiológicos diferentes, a demência vascular e o Alzheimer apresentam déficits desse neurotransmissor, que funciona como peça fundamental na comunicação entre os neurônios.
Nos estágios mais avançados, tanto as demências vasculares como o Alzheimer apresentam sintomas semelhantes. Mas a evolução é diferenciada. “O Alzheimer tem uma evolução lenta e progressiva. Já a demência vascular tem patamares de estabilizações e de pioras decorrentes das obstruções dos vasos”, explica o Dr. Ivan Hideyo Okamoto, neurologista e coordenador do Núcleo de Excelência em Memória do Einstein. “No Alzheimer é como se você estivesse descendo uma rampa. Na demência vascular é uma escada. O indivíduo pode ficar estacionado num degrau muito tempo e, de repente, pode descer muito rápido”, compara a Dra. Maysa Seabra Cendoroglo, geriatra do Einstein.
Ela lembra que também é alta a incidência de demências mistas, frutos da ação conjunta do Alzheimer e dos problemas vasculares, o que potencializa os efeitos negativos. “Seria como se o paciente descesse progressivamente uma rampa intercalada por degraus abruptos”.

OUTRAS DEMÊNCIAS:
Dentre as muitas outras causas de sintomas de demência, há algumas reversíveis, como as relacionadas com hipotireoidismo, infecções por sífilis, hidrocefalia de pressão compensada (há aumento da pressão intracraniana) e deficiência de vitamina B12, entre outras. Quanto mais precoce for o tratamento do problema, maiores são as chances de desaparecimento dos sintomas.
Infelizmente, ainda é longa a lista dos quadros demenciais com suas próprias etiologias (muitas delas desconhecidas) e formas de manifestação. A demência de Lewy, por exemplo, de grande incidência nos países desenvolvidos, é caracterizada por um declínio clínico acelerado e pela associação com parkinsonismo precoce, entre outros fatores. Já na demência de Pick (ou doença de Pick) e nas demências frontotemporais, alterações de comportamento e de personalidade são sintomas marcantes.

“As demências frontotemporais são mais comuns em pessoas mais jovens. Em pacientes com menos de 60 anos, ela se torna a segunda causa depois do Alzheimer. Ou seja, afeta indivíduos que ainda têm uma vida profissional e social bastante ativa”, afirma o Dr. Ivan. “Com a doença, começam aparecer alterações de comportamento, como agressividade, apatia, depressão, desinibição... De repente, a pessoa pode tirar a roupa em um local público ou simplesmente ficar horas sentada na frente da televisão mesmo ela estando desligada”, exemplifica o neurologista.
Drajosiane Odila

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