CORAÇÕES PARTIDOS!
Nosso
cérebro faz com que queiramos ainda mais a coisa que nos foi proibida Alguns
estudos científicos sugerem que, quando algo é tirado de nós por motivo de
força maior (uma lei, o fim de um relacionamento, uma restrição médica etc.),
nosso cérebro nos faz acreditar que a nova situação vai ser boa. Outros
estudos, porém, descobriram que as pessoas na verdade reagem negativamente e
passam a
querer a coisa proibida mais do que nunca.
Qual dos lados está certo?
Na
prática, sabemos que as duas coisas podem ocorrer. Mas o que vai determinar se
será de um jeito ou de outro? Um estudo da Universidade de Waterloo (Canadá) e
da Universidade Duke (EUA), publicado no jornal Psychological Science, sugere algo interessante: temos a tendência de nos
rebelar contra uma regra ou situação quando achamos que ela não é definitiva –
e aaceitamos mais facilmente quando ela parece ser pra valer.
Isso
vale para qualquer situação, incluindo um amor não correspondido ou o término
de um relacionamento. O que nos leva ao nosso assunto principal. Kristin
Laurin, uma das autoras do estudo, explicou ao Psychological Science: “Se é uma restrição contra a qual eu realmente
não posso fazer nada, então não teria nenhum sentido ficar batendo minha cabeça
contra a parede tentando lutar contra, para nos motivar a lutar por ela. É por
isso que algumas
vezes persistimos em
um amor não correspondido e outras
vezes desencanamos rápido.
Para
esse estudo, os voluntários leram um texto que dizia que o governo havia
decidido reduzir os limites de velocidade nas cidades porque isso aumentaria a
segurança da população. Mas um grupo foi informado de que essa lei iria entrar
em vigor com certeza; outros, que isso provavelmente iria acontecer, mas que
ainda havia uma pequena chance de ela ser derrubada.
Os
maiores apoiadores da lei faziam parte do grupo que achava que o limite de
velocidade iria ser reduzido definitivamente. E o grupo que acreditava que
ainda havia uma possibilidade de isso não acontecer foi o que menos apoiou, com
índices abaixo do grupo controle.
Amor não correspondido
Para Laurin, isso confirma que, se uma restrição é definitiva, as pessoas acabam encontrando
uma maneira de viver com ela. E
isso explicaria
nossa reação a um amor não correspondido. Se a pessoa te dá uma negativa, mas você percebe sinais de que ela pode
vir a mudar de ideia, seu cérebro não entende isso como um “não” absoluto.
Antes, você
vai nutrir a ideia de que pode fazê-la mudar de ideia – e isso só vai
fortalecer o seu desejo e sentimento,
fazendo-o acreditar que precisa lutar para alcançar o objetivo. Mas, se sentir
que o “não” foi definitivo, seu cérebro vai acabar se convencendo de que você
não gosta da pessoa tanto assim e vai desencanar. O mesmo acontece com o fim de
um namoro e pode nos ajudar a entender por que alguns levam poucos meses para
esquecer o coração partido, enquanto outros chegam a levar anos. É claro que há
outros aspectos envolvidos, como o tempo e a intensidade do namoro e muitas
outras coisas.Mas
uma coisa é certa: se você achar que tem chances de voltar com o
relacionamento, vai demorar mais para superá-lo. Fins definitivos podem doer, mas o seu cérebro vai te dar uma ajudinha
nesse caso.Drajosiane Odila
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